Carros e bicicletas poderão algum dia viver em paz?
O caso do atropelamento de um grupo de ciclistas em Porto Alegre me deixou extremamente irritado. As pessoas costumam esquecer casos graves como esse com o passar do tempo. A verdade é que eles vivem acontecendo. Eu mesmo já fui atropelado por um veículo. Não contente com o atropelamento, o motorista não prestou socorro e ainda ficou nervoso por eu estar “ocupando” a rua. Como argumentar com alguém que pensa desta forma?
Moro na cidade de São Paulo. Aos sábados, centenas de corredores e ciclistas realizam seus treinos na Cidade Universitária, no campus da zona oeste. Sempre que há algum acidente envolvendo ciclista e motorista a briga é a mesma: um acusa o outro de negligência, pressa e imprudência. Ninguém para para pensar que não precisa ser assim. A convivência civilizada é possível. E mais do que possível, ela é necessária numa cidade como Sao Paulo, que constata a cada dia o esgotamento de sua malha viária.
No texto “O que esperar da nossa presidente”, discuti a importância de se investir em ciclovias, diminuindo o fluxo de automóveis. Dilma iniciou seu mandato há poucos meses e ainda terá tempo de incluir a questão das ciclovias como um projeto para o Ministério dos Transportes. É uma aposta na mobilidade segura e racional, uma chance de estarmos preparados até sediarmos a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.
E fica aqui o meu protesto contra os motoristas que acham que as ruas pertencem apenas aos carros.
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