segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pelotões da corrida




      "Tenho umas três turmas de corrida. Não por acaso, gente com estilos e performances diversas. Acabei me integrando a esses grupos por uma razão que não tem relação direta com o pace: camaradagem. Para mim, a razão de viver. Ter ao lado pessoas generosas, com bom humor e boas histórias é tudo. A corrida, no caso, é um detalhe. Mas no momento da prova em si o agrupamento se dá de outra forma. Salvo exceções, quando fazemos companhia para alguém (e aí um está quase sempre ajudando o outro, é raro duas pessoas com o ritmo idêntico), procuramos nosso pelotão de tempo. Esse pelotão não é determinado pelo destino e sim pelo esforço do treinamento. Podemos ser promovidos e rebaixados, só depende de nosso suor. Estava pensando nisso e a prova de 10 km é uma excelente régua. Na minha cabeça, temos sete grandes pelotões:


1) Profissionais - Ganham pra isso. Podem ganhar corridas também. Mesmo em uma provinha humilde será necessário algo abaixo dos 35 minutos.
2) Os semi-profissionais - A turma capaz de correr 10 km perto de 35 minutos, maratona sub-3h. Aí divido em dois sub-grupos. Os abençoados pela genética e os que não fazem outra coisa na vida que não correr. A turma dos 600 k da Nike estava quase toda nesse pelotão.
3) Os amadores excepcionais - Ou por genética ou pro trabalho forte, aqueles que conseguem maratona entre 3h10 e 3h30, que fazem 10 km perto dos 40 minutos.
4) Os reis dos pangarés - Gente que virou Bikila na grande classe média dos corredores. O meu caso. Com bastante treino e sem renunciar a nenhum prazer da vida, baixei de 50 para 45 nos 10 Km e cheguei às 3h36 na maratona. É mais do que o suficiente para reinar nos ambientes fora da corrida. O problema é uma prova como a da Nike, que nos recoloca na realidade. No jantar de massas, me ofereceram alfafa. Precisava?
5) Pangarés bem tratados - Quem fica girando entre os 47 a 50 minutos nos 10 km, faz maratona honesta em 3h45 e por aí vai.
6) A cavalaria - Os milhões que estão entre 50 minutos e 1 hora nos 10 km
7) Os new-corredores - Todo mundo que corre acima de uma hora e está usando a corrida para alcançar benefício.

      Estou brincando, claro, mas respeito profundamente cada um dos grupos. Cada um com seus objetivos. E tenho um carinho especial pelos pangarés, o cavalinho popular. Não tem a fleuma de um árabe, mas faz seu trabalho com dignidade. Com toda honestidade, sempre achei que meu limite seria o grupo 5. Cheguei ao 4 e descobri que até é possível pular para o 3. Este ano fiz um 43,30 em Porto Alegre, vi que podia melhorar mais. Para a minha genética, talvez o preço seja meio alto para mudar de classe. O Marcos Paulo Reis me disse certa vez que posso bater nos 40 minutos. Mas teria que mudar minha composição. Teria que secar, botar mais massa magra, etc. Humm, e os vinhos e as cervejas de trigo? Treinar mais do que já treino? E as crianças? Difícil...
      A pergunta de hoje é menos sobre o seu pelotão e mais sobre ambição. Vale a pena mudar de patamar na sua opinião? "

Sérgio Xavier Filho do Blog Correria 

Meu Comentário- Legal o artigo do Sérgião, da Runners, sempre vejo corredores classificados como "da Elite" ou "amadores", ele criou com bom humor outras classificações. O duro foi saber que pertenço à "Cavalaria" e vou ter que suar muito para me tornar um "pangaré bem tratado".  

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