Na sexta-feira estive em São Paulo em meio a milhares de apaixonados pela São Silvestre para participar desta que é sem dúvida uma prova mágica, envolvente, é impressionante como uma corrida tão desgastante consegue reunir no último dia do ano uma enorme massa de pessoas, vindo de toda parte do Brasil e até de outros países e não estou falando de atletas que vieram para brigar pelo título de campeão, e sim de pessoas apaixonadas pela corrida, a tal ponto de viajarem várias horas e até dias para poder participar deste evento, muitos deixam de festejar a passagem de ano com a família só para poder satisfazer o desejo incontrolável de participar de uma São Silvestre, mas o que é que esta corrida tem de tão especial, se conseguíssemos entrevistar todos os participantes, tenho certeza que cada um daria um motivo diferente.
Lembro-me de minha 1ª em 2001 como se fosse hoje, antes da largada masculina eu na Av. Paulista presenciando o duelo na chegada entre a brasileira Maria Zeferina e a Keniana, o povo ovacionando o feito daquela até então humilde cortadora de canas é algo que carrego na minha memória até hoje.
Depois daquela cena, me posicionei na largada e corri os 15 Km com uma alegria tão grande, eu correndo, o povo nas calçadas aplaudindo todos os corredores, incentivando, as crianças tocando em nossas mãos nos dando força, é uma magia emocionante.
É verdade que hoje já não sinto a mesma emoção que senti nas minhas três primeiras participações onde eu corria somente por prazer sem me preocupar com resultado, a partir do momento que estabeleci como meta pessoal chegar entre os 50 primeiros colocados, aquela São Silvestre que eu amava, deixou de existir, hoje travo uma batalha enorme com o percurso, acho que dificilmente conseguirei realizar este sonho, continuarei tentando?
Talvez, só o tempo irá dizer.
Desta vez me preparei muito para atingir meu objetivo, consegui classificação para sair no pelotão de elite “C”, mas infelizmente tive um problema pessoal no mês de novembro que atrapalhou todo meu planejamento, a partir daquele ponto não consegui manter a motivação para continuar com o treinamento necessário para atingir a condição física ideal de poder completar a São Silvestre no tempo desejado.
Resultado, completei a prova em 54:42, ficando na 180ª colocação geral.
O lado bom é que como eu não tinha condições de brigar pela realização de meu sonho, pude correr a prova com a mesma alegria que corri a primeira, observando cada gesto no rosto dos corredores no percurso, a alegria do povo nas ruas aplaudindo, a emoção de presenciar um brasileiro corajoso, valente e determinado como o Marilson sendo pela terceira vez campeão desta prova que é sem dúvida a mais apaixonante do Brasil, apesar dos organizadores tentarem destruir um pouco da magia entregando as medalhas antes de se concluir a corrida.
Luciano da Paz
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