Cai o recorde da Maratona de Chicago
O
queniano Moses Mosop quebrou hoje o recorde da maratona de Chicago,
ganhando bônus de US$ 50 mil além do prêmio de US$ 100 mil pela vitória.
Ele concluiu em 2h05min37, quatro segundos abaixo da marca estabelecida
pelo seu compatriota Sammy Wanjiru há dois anos. Wanjiru, como você
sabe, morreu neste ano em uma queda da varanda do apartamento onde
morava, no Quênia.
O
brasileiro Marílson Gomes dos Santos, que pretendia obter hoje o índice
para a maratona olímpica em Londres-2012, parou no km 33. Ele começou a
se sentir mal, tendo ânsia de vômito, no km 26; seu ritmo foi caindo, o
que acabou fazendo com que desistisse da prova.
Adauto
Domingues, técnico de Marílson, disse que estão tentando descobrir o
que provocou o mal-estar do atleta. Uma hipótese é o fato de, por causa
do clima, a bebida isotônica deixada nas mesas de hidratação ter ficado
morna... A largada da prova foi com temperatura em torno de 13/14 graus,
depois foi aumentando, sol aberto, mas não chegou a ficar quente nos
padrões brasileiros.
Agora
Marílson e seu técnico vão analisar a situação para decidir onde o
maratonista deve ir buscar o índice. Uma hipótese é Roterdã.
Outra
brasileira que sonhava com o índice olímpico era Cruz Nonata da Silva,
37, que fez hoje sua estréia em maratonas. Não conseguiu correr abaixo
de 2h30min07, mas correu bem para uma debutante, completando em
2h35min35. Ela agora vai para o México, onde se integra à delegação
brasileira que vai participar das competições de atletismo do Pan de
Guadalajara. Cruz corre no Pan os 5.000 m e os 10.000 m.
Em Chicago, a vencedora no feminino foi a russa Liliya
Shobukhova, que se tornou a primeira pessoa a vencer aquela prova três
vezes seguidas. Ela completou em 2h18min20, uma vantagem de quase quatro
minutos sobre a segunda colocada, a debutante Ejegayehu Dibaba, da
Etiópia.
A
transmissão da TV norte-americana NBC, via internet, foi muito boa.
Mostra como os caras investiram na cobertura: na Redação, havia três
jornalistas comandando o espetáculo e um convidado especial; vários
repórteres no percurso, mostrando o público, fazendo entrevistas com
apoiadores e gente que estava lá festejando o evento. Comentaristas
especializados, com destaque para o luxo de ter a ex-recordista mundial
Joan Benoit Samuelson, vencedora da primeira maratona olímpica feminina,
e até entradas da moça do tempo para atualizar os dados sobre
temperatura e umidade. Teve, até a hora em que escrevo este texto, mais
de 173 mil visitantes ao longo da transmissão.
Escrito por Rodolfo Lucena às 13h00
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